31 de jan. de 2008

As Teses do Bispo John Shelby Spong




Abaixo mostro as teses de Spong e faço também uma explanação. Espero que gostem. Segue:

1. O Teísmo, como uma forma de definir Deus, está morto. Desta forma, a maior parte da linguagem teológica a respeito de Deus não faz sentido hoje. Uma nova forma de falar a respeito de Deus deve ser encontrada.

O teismo pode ser um método de se entender Deus (ou especular sobre). Este entendimento com bases nos estudos dos teólogos do passado ficou caduco. O pensamento é do passado pode até servir de base para uma nova reestruturação de um novo pensamento teistico sobre Deus, mas o teismo que vigora hoje é caduco e além de estar morto também mata. Não que Deus seja outro com o passar do tempo, mas a maneira que entendemos as coisas é outra as situações ontológicas e metafísicas são outras e nada que vem de nós mudou relevante a estrutura do teísmo.

2. Já que Deus não pode ser mais concebido em termos teísticos, não faz sentido tentar entender Jesus como a encarnação de uma deidade teística. Sendo assim, a Cristologia dos séculos está falida.

Os termos teísticos de hoje (caduco) não nos deixa compreender e muito menos dar sentido a encarnação divina de Cristo. Assim a Cristologia torna-se vã no seu sentido literal.

3. A narrativa bíblica da criação perfeita e acabada da qual os seres humanos caíram no pecado é mitologia pré-Darwiniana, e absurdo pós-Darwiniano.

Concordo que o Gênesis é mítico e toda tentativa criacionista de buscar um entendimento através de especulações pseudo-cientificas é risível. Toda forma “ipisis literis” de encontrar um entendimento da criação será frustrada por que a Teoria das Espécies deve ser abrangida e não combatida.

4. O nascimento virginal, entendido como biologia literal, torna a divindade de Cristo, como tradicionalmente compreendida, impossível.

O nascimento não pode ser entendido senão por meio da fé e aceito somente através dela. Mas a literalidade biológica é ilógica e impossível e só pode ser concebida por meio da fé. Ou mesmo não precisa ser combatida.

5. As narrativas de milagres do Novo Testamento não podem mais ser interpretadas num mundo pós-Newtoniano como eventos sobrenaturais realizados por uma divindade encarnada.

Nesse ponto minha visão de divindade não desumaniza o divino, mas o divino se torna extensivamente a perfeição do humano encarnado. Sendo assim creio na expectativa de que as leis naturais sejam sobrepujadas extensivamente. Mas nunca as leis naturais serão desmerecidas e subjugadas.

6. A visão da cruz como um sacrifício pelos pecados do mundo é uma idéia barbárica baseadas em conceitos primitivos de Deus, e devem ser abandonadas.

Creio que o que liberta o homem é palavra deixada e transmitida e a obra de Cristo em vida e contato interpessoal. Creio que a atitude do sacrifício da cruz foi conseqüência e não essência da obra de Cristo.

7. A Ressurreição é uma ação de Deus. Jesus foi ressuscitado no significado de Deus. Não pode, desta forma, ser uma ressurreição física ocorrida na história humana.

A ressurreição não é um fato histórico, mas uma ação atemporal concebida por Deus.

8. A narrativa da Ascensão supõe um universo de três dimensões, e não é desta forma, capaz de ser traduzida nos conceitos pós-copérnicos da era especial.

O heliocentrismo copérnico figura-se nesse tempo e espaço e a Ascensão figura-se em toda a sua extensão e qualidade quantitativa.

9. Não há nenhum padrão externo, objetivo, revelado em escritura ou tábuas que governarão nosso comportamento ético por todos os tempos.

Nenhuma escritura modela o comportamento humano por tempos a fio antes às escrituras são precedentes das experiências e visões da época em que foi escrita. Sendo o presente precedente do passado que não deve ser imitado e sim observado e entendido, se fosse assim à literalidade da escritura passada se tornaria caduca.

10. Oração não pode ser um pedido feito a uma divindade teística para agir na história humana de uma maneira específica.

Deus não mudará a história do mundo sem que nós mesmos não o tentemos muda-lo. Então orar para que Deus acabe com a fome no mundo sem que nós venhamos a tentar fazer algo será inútil.

11. A esperança de vida após a morte deve ser separada para sempre da mentalidade de controle de comportamento de recompensa e punição. A igreja deve abandonar, então, sua dependência na culpa como um motivador de comportamento.

Como sempre digo; o medo do inferno ou a recompensa do céu não podem ser o motor de uma vida de boa conduta antes sim a igreja deveria ser a manifestação, inspiração e extensão das obras de Cristo através somente de uma consciência própria que busca o aperfeiçoamento no amor ao próximo.

12. Todos os seres humanos representam a imagem de Deus e devem ser respeitados pelo que são. Desta maneira, nenhuma descrição externa de um ser, seja baseado na raça, etnia, gênero ou orientação sexual, pode apropriadamente ser usada como base para rejeição ou discriminação.

Não se deve fazer distinção entre pessoas em qualquer que seja o nível. Afinal todos nós estamos no mundo e de alguma forma queremos (devemos?!?) mudar o mundo. E para que isso aconteça necessariamente não será desagregando que conseguiremos.

11 comentários:

Unknown disse...

"medo do inferno ou a recompensa do céu não podem ser o motor de uma vida de boa conduta"

a maioria das pessoas vivem pensando na morte...pq será?

Marco Alcantara disse...

"a maioria das pessoas vivem pensando na morte...pq será?"

Pq esqueceram de viver a vida. Eu prefiro viver a vida amando e mudando as coisas. (como diria o Vidal).

Arthurius Maximus disse...

Essas idéias são realmente interessantes. E logicamente colocadas. Esperar-se que um casal de humanos tenha dado origem a toda uma espécie, é sandice, pois biologicamente isso é impossível. E todos os pontos tocados, são muito bem fundamentados.

Pedro Stochi disse...

MUITO INTERESSANTE ESSAS IDEIAS!!

Unknown disse...

Não acho tanta sandice, quando se avaliam pontos de vista que a ciência não coloca em questão, visto que não são prováveis, apenas possíveis.

Acho que todo temos o direito de cogitar possibilidades fantásticas. A vida é muito mais interessante quando damos a ela uma dimensão mais elevada.

Quanto à Morte, concordo plenamente. Visto que é um fato irremediável, por que perder o precioso tempo que temos para viver, nos preocupando com a hora que haveremos de morrer e tudo que sucederá após isso? Que venha quando vier, que não nos amedrontemos quando chegar e que vivamos o mais plenamente possível enquanto temos tempo pra isso.

Dêem uma olhada no meu blog também:
www.eli-ude.blogspot.com

Maya disse...

Rapaz, vou ousar remar contra a maré por aqui e dizer que eu discordo veementemente de algumas dessas teses. E a gente tem que lembrar que criacionismo não é coisa de religião, como evolucionismo não é coisa de ateu: ambos são correntes legitimamente CIENTÍFICAS que têm adeptos ateus, cristãos, budistas, espíritas, de todo tipo.

(ei, eu sou corajosa, num sou não? ^^*)

Xero nuzói!

Éverton Vidal Azevedo disse...

Gostei dos comentários, ainda pretendo fazer os meus.
Aqui está o Blog de onde as tirei: Que tal vc passar lá?

Abçs.Inté!

joana disse...

Então quer dizer que Deus nunca irá intervir nas nossas vidas certo?[castigar,salvar,etc]Nunca haverá a segunda vinda de Jesus?

Marco Alcantara disse...

Joana,

Leia e entenda.

Em nenhum momento da entrevista ou dos meus comentários está escrito que Deus não tem participação em nossas vidas.

joana disse...

Olá de novo eu entendi perfeitamente,eu só quero compreender a noção de Deus em John Shelby Spong.Pois ele diz se não formos nós acabarmos com a fome no mundo também não vai se Deus certo?Vocé acredita nestas palavras de Spong?Obrigada

Sandra gesser disse...

Deus não está nem aí se sofremos ou não , ele tem obras muito mais importantes a fazer do que cuidar dos nossos medinhos , cada um quando nasce e livre para fazer o que bem entender logo somos nós quem vibramos o bem e o mal
Conhecereis a verdade é ela os vos libertaras
Assim e
Seja luz e vibre alto somente assim sairás do planeta prisão

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