12 de jul. de 2011

Prato Sem Gosto

*Eugene de Blaas*



Por Marco Alcantara


"Uma inércia espiritual é nossa inimiga; uma tempestade talvez seja nossa amiga. A controvérsia talvez provoque pensamento, e por meio dele talvez venha a mudança espiritual necessária."
Charles H. Spurgeon




Viver no mundo é viver a própria humanidade, é entender que o mundo não é um emaranhado de desgraça contagiosa e sim que o mundo é constituído de pessoas iguais se forem observadas de formas abrangentes e ao mesmo tempo únicas em seu universo particular. E que estar no meio delas é praticar a fé, é estar além dos muros da religião instituída de forma imóvel e assim cumprir o papel de um sal que despenca do saleiro sobre um prato sem gosto.

Tal imobilidade é causada pelas regras de não contaminação com o mundo. A imobilidade só é transformada em mobilidade da massa disforme para lançarem indivíduos kamikazes dispostos a tudo para cumprirem as metas de seus líderes, com único objetivo de promover o monopólio da integridade, do triunfo e de todas as promessas oriundas de Deus e com esse tipo de ação organizada e tendenciosa só conseguem causar cenas constrangedoras. Como pessoas que vão a uma festa que não é a fantasia usando máscaras, causando estranheza e afastamento para quem as observa e, contudo apresentado impacto pela piedade caricata.

A ação e conscientização diferem da coação, não é necessário ser empurrado para agir com amor, pois a coação torna o amor falso e burocrático. O amor dado a algo por pura coação só fará com que aconteça a manifestação das obrigações sem a forma consciente daquele que age pela impetuosa graça.

Virtuosidade, a prática do bem comum e sociabilidade estão na interação com o mundo. Não digo sobre absorver e muito menos de abrangências das coisas que não convém fazer.

"Digo sobre se lançar sobre o mundo como um sal sobre o prato sem gosto."

Sem ao menos pensar que o mundo é um caos de lepra movida pelo pecado e que existe um contágio eminente e que é preciso se proteger deste contágio.
Não é preciso montar estratégias de guerrilha se escondendo em buracos para atacar o inimigo quando ele não estiver esperando. Tais estratégias são orquestradas por pessoas que só querem usar a força da massa disforme, massa que não é nem a sombra do corpo que caminha sobre uma autarquia provocada pelo Cristo.

Seria bom que todo testemunho não fosse uma loucura empurrada e ensaiada por estrategistas de interesses escusos. Estrategistas que mantém o seu poder lançando migalhas de um falso poder aos desesperados. Ainda melhor seria se todo testemunho e toda vivência no mundo fosse algo natural do próprio ser que vive o sobrenatural da graça.

Graça essa que transita sobre o mundo, graça que não está presa ou ainda a graça que não é controlada por homens ambiciosos. Contudo, uma graça que se espalha sobre o mundo dando-lhe o sabor da vida abundante.

2 comentários:

Josué disse...

O texto é majestoso, mas de uma linguagem um tanto truncada e evasivo quando tenta explicar qual deve ser conduta social assertiva do cristã. E como dizer: "Não devemos pecar porque é pecado pecar, e Deus não gosta". Em Direito o crime tem que ter materialidade, o pecado também deve ter. Quando você tentou ilustrar, falou de um caso estranho, alguém que vai sem máscaras numa festa à fantasia (eu nunca soube).
O que está ocorrendo de forma generalizada é a absorção de ensinos extra bíblicos exatamente opostos aos conselhos (ordenativos) de Jesus, ex. não ajunteis tesouro na terra.
E o que não falar sobre a falta de prudência...crentes se superestimando frente às tentações
O papel da Igreja é desfazer as obras do diabo. Sabia que grande parte das doenças são causadas por demônios? (1 ex. ente mts: Marcos 9:25). A Igreja que formar médicos, enfermaniros e políticos, quando deveria exercer a vocação para a qual foi chamada.

Lamento.
.

Unknown disse...

Esplêndido post, bem observado, porém não consegui entender tão a fundo todo o raciocínio... seria bacana fazer um abre aspas explicativo...

=)

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