6 de set. de 2007

Existencialismo

Por Robert Soloman
professor de Filosofiada Universidade de Austin - Texas

A razão pela qual me recuso a ver o Existencialismo como apenas mais um modismo francês, ou uma curiosidade histórica, é porque ele tem algo muito importante a nos oferecer neste novo século.Acho que estamos perdendo as virtudes de vivermos apaixonadamente, de assumirmos a responsabilidade por quem somos, de tentarmos realizar algo e nos sentirmos bem em relação à vida.

O Existencialismo é, às vezes, visto como uma filosofia do desespero... mas eu penso que ele é o contrário. Sartre disse, certa vez, que nunca teve um dia de desespero em sua vida. O que esses pensadores nos ensinam não é tanto uma sensação de angústia, mas sim uma exuberância de sensações. Como se sua vida fosse a sua obra a ser criada.

Eu li os pós-modernos com interesse, com admiração até, mas sempre tenho uma péssima e incômoda sensação de que algo essencial está sendo deixado de fora.

Quanto mais se fala sobre o ser humano como um construto social ou uma confluência de forças, ou como fragmentado ou marginalizado, o que apenas se faz é abrir todo um novo universo de desculpas. Quando Sartre fala de responsabilidade, não é abstrato. Não se trata do tipo de eu ou de alma de que falam os teólogos. É algo bastante concreto. É eu e você conversando, tomando decisões, fazendo as coisas e assumindo as conseqüências. Há seis bilhões de pessoas no mundo, é verdade. No entanto, suas ações fazem diferença. Fazem diferença em termos materiais, e fazem diferença para outras pessoas. E ainda servem de exemplo.


Concluindo, penso que a mensagem aqui é: não devemos jamais nos eximir e nos vermos como vítimas de várias forças. Quem nós somos é sempre uma decisão nossa.

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