27 de set. de 2007

Proto-Socialismo

Muitas vezes cri que o comunismo é um idealismo utópico e tirano.
Lembrei de uma coisa que li sobre Auguste Comte filósofo positivista da metade do século XIX.

O pensamento positivista representa uma reação contra o apriorismo, o formalismo, o idealismo, exigindo maior respeito para a experiência e os dados positivos. O idealismo procura uma interpretação, uma unificação da experiência mediante a razão.

O positivismo ao contrário, quer limitar-se à experiência imediata, pura, sensível, como já fizera o empirismo. E por que estou "viajando" sobre positivismo?

Por que o positivismo propõe premissas teoréticas que decorrem necessariamente as concepções morais hedonistas e utilitárias.

E delas dependem, mais ou menos, também os sistemas político-econômico-sociais, florescidos igualmente no âmbito natural do positivismo.

Para o socialismo, enfim, o centro da vida humana está na atividade econômica, produtora de bens materiais, e a história da humanidade é acionada por interesses materiais, utilitários, econômicos (materialismo histórico), e não por interesses espirituais, morais e religiosos.

Há este desinteresse espiritual no socialismo-moderno. Mas também creio que Cristo trouxe um protótipo de socialismo diferente como divisão,desprendimento,ação,comunhão nos âmbitos espirituais e materiais. Só que históricamente com a evolução,desenvolução do pensamento social isso se perdeu.

"A mercadoria é o coração de um mundo sem coração". Raoul Vaneigem.


- O capitalismo como religião:

"Primeiramente, o capitalismo é uma religião puramente cultual, talvez a mais extremamente cultual que já existiu. Nada nele tem significado que não esteja em relação imediata com o culto, ele não tem dogma específico nem teologia. O utilitarismo ganha, desse ponto de vista, sua coloração religiosa."Walter Benjamin [1892-1940]

Portanto, as práticas utilitárias do capitalismo -investimento do capital, especulações, operações financeiras, manobras bolsistas, compra e venda de mercadorias- são equivalentes a um culto religioso. O capitalismo não exige a adesão a um credo, a uma doutrina ou a uma "teologia"; o que conta são as ações, que representam, por sua dinâmica social, práticas cultuais. Benjamin, contradizendo um pouco seu argumento sobre a Reforma e o cristianismo, compara essa religião capitalista ao paganismo original, também ele "imediatamente prático" e sem preocupações "transcendentes".
Mas o que é que permite assemelhar essas práticas econômicas capitalistas a um "culto"? Benjamin não o explica, mas utiliza, algumas linhas depois, o termo "adorador"; podemos assim considerar que o culto capitalista comporta certas divindades que são objeto de adoração. Por exemplo: "Comparação entre as imagens de santos das diferentes religiões e as notas de dinheiro dos diversos países". O dinheiro, em forma de papel-moeda, seria assim o objeto de um culto análogo ao dos santos das religiões "comuns".




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