9 de out. de 2007

Viciado Sem Produto Definido!

Não sou contra o produto do vício, mas contra ao próprio vício. Sou contra as coisas que te dominam e te arrancam tudo (ex: tempo de se dedicar a quem ama). Isso não acontecesse por intermédio da cocaína, maconha ou qualquer que seja o produto. Acontece quando deixamos nos dominar pelo desejo obcecado de ter algo. Desejo sistemático de possuir e consumir constantemente algo sem domínio sobre esta ação.




Dizem em campanhas publicitárias “Diga não às drogas, pois elas matam”. Como se essa frase fosse um grito de uma sociedade que é utópica em catalogar aquilo que mata e condena. Não tenho está legalidade sobre ninguém. Isso é uma generalização genérica (sic) daquilo que realmente mata. Certo seria “Diga não ao vício sem produto definido, pois o vício mata”.
Já fui viciado em coisas que não eram consideradas drogas e nisso me corrompi. Não tive um produto definido (álcool, maconha, cocaína). É idiotice pregar tanto contra a maconha que não contém a metade da nocividade em relevância ao álcool. Querem dogmatizar o que vicia, mas qualquer coisa existente pode ser o produto definido do seu vício.



"A felicidade do homem virtuoso é a libertação de toda perturbação, a
tranqüilidade da alma, a independência interior, a autarquia. O domínio próprio."



Como o bem absoluto e único é a virtude, assim o mal único e absoluto é o vício. E não tanto pelo dano que pode acarretar ao vicioso, quanto pela sua irracionalidade e desordem intrínseca, ainda que se acabe por repudiá-lo como perturbador da indiferença, da serenidade, da autarquia do sábio.

Toda pessoa preserva seu espaço de liberdade o vício corrompe este espaço. O patrulhamento e imposição de que uma pessoa deva largar o vício encontram sempre resistência e oposição tenaz do individuo.


"Idéias e ações só influenciam os outros à medida que exprimem integridade e convicções profundas".


Os limites entre manipulação e conscientização são quase imperceptíveis. Por isso, o discernimento entre as duas é fundamental para que um projeto de conscientização adquira corpo e se concretize na sociedade.

Essa conscientização não deve forçar a luta contra o produto do desejo, e não forçar o individuo a agir de forma virtuosa fingida. Mas deve-se instigar a cada individuo a buscar o bem comum.

Uma busca pessoal contra o próprio desejo, contra individualmente aquilo que te corrói. Não aquilo que é comum aos outros, mas aquilo que te atinge no seu dia-a-dia. Antes não tema o produto e muito menos a si mesmo. Mas seja temeroso por uma vida sem gana pela virtude. Sem gana em querer ser consciente em agir bem por que se sabe agir bem.



2 comentários:

Éverton disse...

Excelente texto Marco! O vício é algo que procede de dentro, penso que se a atitude interior nao for transformada, o ser sempre encontrará em quê se viciar.

Gosto como você contrapoe vicio e virtude.

Abraçao.
Inté!

p.s.: Mudou alguma coisa mesmo? O fundo continua o mesmo =P

Anônimo disse...

Tens toda razão quanto ao conteúdo cá expresso. A libertação de forma existencial é a única com efeito eterno sem contra-indicações para aqueles que dela fazem uso. Tentei lhe dizer em teu perfil, é justamente isso que quero tratar com o tópico. O vício psicológico cresce e imputa muito mais depência do que qualquer outro físico. Portanto, condenar tais pessoas, além de se estar condenando(Diante d'Ele) ainda está aumentando a propria culpa do ser, que por si, se auto-vicia em se tornar escravo do vício, tendo a si mesmo como excluído e incapaz de alcançar a propria libertação. Assim, meu ego, minha felicidade, meu trono(pessol) é vício(nenhum pouco nocivo) é pior do que qualquer outro exposto e atacado, quer seja por mim, quer seja pela sociedade.
"Vós julgais segundo a carne, eu a ninguém julgo." Jo 8:15

A consciência do Everton referente ao Evangelho já conhecia, alegra-me sobremaneira saber que temos para um soldado nesta jornada.

Forte abraço.

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