14 de mar. de 2010

Deus Não Tem Inimigos!




Ser incisivo na crença de que Deus não tem inimigos pode lhe trazer a memória muitas das crenças sobre um Deus justiceiro que anseia o momento da punição do homem.

Os homens são hábeis manipuladores da verdade. Um pai pode se sentir aflito com as loucuras do filho, mas nunca cobiçaria condená-lo a um mal permanente.

Os manipuladores da verdade aspiram que Deus consista em ajuizar e punir de imediato os que não acedem aos mesmos princípios caducos e cismas populares. Se esse anseio fosse concreto significaria que uma parte da criação teria escapado do amor e das mãos do Pai.

Posso asseverar que quem aspira por um Deus justiceiro não distingue ao Pai de suas próprias obrigações e conhecimentos morais em relação ao que é Eterno e que só provem Dele.

Deus não tem inimigos e por implicação não fomos instituídos para sermos merecedores do inferno.

Coisa nenhuma é merecida tudo foi criado e dado por Ele. Muitos dos nossos critérios de méritos celestes e deméritos diabólicos fazem parte do nosso próprio senso de justiça.

A graça é imerecida e analogamente o inferno é imerecido. Uma reta justiça não é medida por méritos e deméritos temporais e manuseáveis. A justiça divina é reta pela imerecida graça e pelo amor que nos atavia no caminho dos homens de consciência.

Deus não tem inimigos e quem colaciona tempos passados, tradições orais e guerras territoriais passadas, presentes e futuras com essa máxima não compreende a graça e toda a sua afluência nos homens de todas as épocas.

Os que crêem no “justiceirismo” divino são como o irmão mais velho do pródigo, os que invejam aqueles que chegam depois e se assentam imerecidamente à mesa com o Pai, invejam o lugar que criam ser deles por direito. O pródigo que experimentou a injustiça do mundo sendo roubado em sua inocência aprendeu com a experiência e deu a prova do seu aprendizado voltando ao Pai.

O irmão mais velho espera a inimizade e conseqüente condenação como forma de satisfazer o seu princípio de justiça. Este nunca será acolhido por que Deus não tem inimigos e não admite quem os tem.

8 comentários:

jailson f. barreto disse...

Show, estou acompanhado teu Blog. um abraço.

Erich Pontoldio disse...

ótima citação ... muito oportuna no momento

Eduardo Gazola disse...

É um ponto de vista no mínimo interessante. Agora, quando você diz que o inferno é imerecido porque a graça é imerecida, abre uma lacuna.
A graça é imerecida porque em nós na nossa condição caída não haveria vontade de sermos salvos não fosse Deus colocar lá esse desejo.
Ao buscar saciar essa sede e arrepender do pecado e assim ser remido pelo sangue de Cristo, nos fazemos participantes da vitória em Cristo, vitória dEle e não nossa, por isso Graça.

Afirmar que o inferno é imerecido é anular o arrependimento e tornar a graça em desgraça, como disse Paulo.

Opiniões...

Abração, fica com Deus.

Duda.

Marco Alcantara disse...

E quando você diz que o inferno é merecido, você acaba dizendo que Deus criou o homem para o inferno.

E que o inferno é que sustenta a nossa fé.

E ainda trabalha debruçado na teologia do medo e não no amor e na Graça de Deus.

Eduardo Gazola disse...

Não.

Deus criou o homem para ter relacionamento com ele.

O homem é que desviou o caminho.
O homem é que escolhe o inferno e a perdição, todos foram chamados. A salvação é para todos, mas nem todos escolheram.

Ou o que seria o inferno? Uma repartição pública? hehe

A salvação foi dada a todos, o caminho já existe, mas nem todos querem segui-lo. A graça não é medida pelo inferno nem o contrário.

Marco Alcantara disse...

" A graça não é medida pelo inferno nem o contrário."

Releia o texto e releia essa última sentença que você Deus.

Vai ver como a lacuna que você mesmo diz ter no texto se fecha aqui.

=]

Roberto Donizeti Soares disse...

Deus não admitir aqueles que tem inimigos torna aqueles que tem inimigos seus inimigos ? :P

Daniel Campos disse...

Ou Deus possui inimigos ou você pode abandonar grande parte do Velho Testamento que diz que Ele tem.

E descartar Lc 14:31-33, onde Jesus pressupõe que a relação entre Deus e o homem é, inicialmente, uma relação de inimizade.

E descartar que o homem, no seu pecado, se faz inimigo de Deus, e está debaixo de Sua justa ira (Jo 3:36).

E dizer que Deus não preparou pessoas para irem necessariamente ao inferno e dizer que Ele abriu caminho a todos e não somente aos eleitos é uma má leitura (se há leitura) de Romanos 9, que diz tão claramente que Deus tem o direito de fazer da massa vasos de honra para manifestar a sua glória, e da mesma massa vasos de desonra onde há de demonstrar a Sua ira.

Deus faz o que quer com o que é dEle. E aprouve a Ele ser Justo ao se tornar inimigo de todos os que praticam males, e o Justificador de todos os eleitos pelos quais Ele manifesta sua graça.

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