31 de out. de 2009

A Ele Todo Som


Se você acha ser pecado ouvir música secular só por causa do rótulo se levar em conta a música em si; você também não pode ir ao teatro, cinema e museus, assim como estes citados as músicas são expressões de arte e cultura que também são feitas por não evangélicos.

Posso concordar com você em que não são todas as músicas que expressam algo de positivo ou algo que realmente valha apreciar tanto como letra ou melodia.

Mas sinceramente não posso deixar de ouvir uma boa música unicamente por que ele não tem um selo gospel garantindo sua integridade.

Aliás penso e sei bem que nem toda música gospel é integra. Muitas vezes a música gospel só tenta ser um elemento substituto para se ouvir aquilo que realmente se quer ouvir.

Música só depende do gosto pessoal.

Então, existem músicas gospeis que são legais e tantas outras músicas ditas mundanas que são bacanas.

Às vezes adotamos essa mania gospel crendo que se o autor for gospel ele tem total crédito e total boa motivação para compor músicas.

Mas, por exemplo, um dia desses, li sobre a vida do famosíssimo John Newton. Ele foi o autor do clássico hino evangélico “Amazing Grace”, ou “Sublime Graça”, como o cantamos em português. Eu sempre achei que ele se considerava um miserável e indigno da graça de Deus porque tinha sido traficante de escravos. Ele ia com seus navios para a África, entrava pelos rios e ia prendendo gente para vender na Europa. Este relato foi feito por ele mesmo, em sua autobiografia. Mas não é por isso que ele se auto-intitulou um “wretch” (miserável).



A razão, segundo ele, era que nessas longas viagens ele, que tinha sido instruído no Evangelho por sua mãe, falava muitos palavrões e participava de bebedeiras, inclusive levando outros a seguirem o seu mau comportamento. Não que isso seja uma coisa aceitável ou da qual alguém não deva se envergonhar. Mas não é impressionante que ele nunca tenha achado estranho, errado, desumano ou anti-cristão subjugar os povos africanos, aprisionar famílias inteiras, separando filhos de seus pais para sempre, somente para depois vendê-los como mercadoria na Europa “puritana” e “cristã” da sua época? Ah sim.

Como afirma o autor daquele livro É proibido, "a separação entre o homem e Deus não implica que o homem tenha perdido a capacidade de criar coisas belas e admiráveis". A música é uma forma de arte, e como tal, tem potencial para ser bela ou destrutiva, cabe a nós o julgar estas coisas e reter o que é bom!

Quando você afirma que ao ouvir músicas seculares, estaríamos ouvindo apenas para nosso prazer, eu pergunto: E...? Não é assim com milhões de outras coisas? E, no entanto, quando o louvor faz parte da nossa vida, podemos engrandecer a Deus e suas obras sem, obrigatóriamente, recitar uma poesia inchada com adjetivos repetitivos ao nome de Jesus, como, por exemplo, na música instrumental. Tocando exatamente a mesma melodia, o músico pode louvar a Deus, a si mesmo, à sua namorada, ou então chamar a atenção de uma garota da platéia...

A adoração é um estilo de vida que não se resume ao que abunda no mercado de música predominantemente ruim, chamado "gospel".

Também não adianta fazer terrorismo espiritual para poder abastecer e sustentar o mercado gospel.

Afinal por que somente sobre a música é pregado tal contexto mundano-secular?!

Causa suspeita que isso acontece por que o mercado gospel ainda não alcançou outros meios comercias.

Mas está tentando. Quem já foi na expo cristã sabe que até detergente e fraldas gospel existe?!


Pelo que vejo o que será consagrado será somente aquilo que se encontra em abundância com o selo gospel de "qualidade".


Agora se olharmos bem a história da igreja veremos que não existia música nos cultos entre outras celebrações da igreja primitiva.


"Toda expressão de arte é divina". (Agostinho)


Música para ser divina não necessita ser necessariamente música gospel. É suficiente pra sua divindade que ela exalte o amor, a verdade, a justiça e tudo que nos remete a Deus.
Sendo que, Deus habilitou pessoas não cristãs a produzirem coisas bonitas e justas. Juízes não precisam ser cristãos para fazerem justiça, nem os médicos convertidos para exercerem medicina. E nem os músicos para fazerem música de qualidade. Compete a nós, Cristãos, examinar de tudo e reter apenas o que é bom. Para isso precisamos crescer e progredir em Deus. Não necessarimente sermos censurados e tratados como impuros por gostarmos de boa música.


De onde tiraram essa idéia? Onde ficam a poesia, a arte, a beleza, o romantismo? Será que estamos mesmo fadados a sermos reféns das rádios evangélicas e suas “maravilhosas” canções românticas? Será que só poderemos ouvir a “poesia” dos mantras repetitivos e infindáveis? Não poderemos mais ouvir os nossos chorinhos lindos e estaremos à mercê dos chorões de auditório? Será que o meu Brasil-brasileiro-mulato-branco-moreno-e-negro cairá sob a bandeira de Israel e seus shophares mágicos?"

Um comentário:

Broder James disse...

Meu caro, concordo contigo em muitos aspectos. Mas, se encontro música cristã de qualidade, por exemplo, reggae como o de Nengo Vieira, prefiro escutá-lo a outras músicas. Devemos, sim, examinar o conteúdo das músicas, não só das cristãs, mas das mundanas. Fala-se muito em traição, bebedice, dor-de-cotovelo, falsos deuses, pecado, zombam de Deus.
Por exemplo, achava Raul Seixas bem legal, mas não ouço mais suas músicas, tanto pelo que está explícito em muitas letras dele, como pela sua própria história de envolvimento com nova era, e o próprio satanismo de Aleister Crowley, que é a base da música "Viva a Sociedade Alternativa".

Mas vivemos na Graça, e não podemos impor a quem quer que seja regras sobre do tipo "não ouça, não toque, não coma".

Quanto ao que falou, não sei porque essa ênfase à música mundana. Se assim fosse, o cristão não poderia ter professores não-crentes, ou mesmo ver filmes e programas não-crentes. O que seria absurdo!

devemos mesmo é reter o bom!

Estou migrando para o www.broderjames.blogspot.com e deixo o convite para uma visita sua e dos seus leitores.

Grande Abraço, na fé!

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