...É claro que amor significa muito mais do que mero sentimento, muito mais do que favores isolados e esmolas superficiais.
Amor significa uma identificação interior e espiritual com o próximo, de tal maneira que a pessoa não mais o vê como ‘objecto’ ao ‘qual’ se ‘faz o bem’. O facto é que um bem feito a outro como objecto tem pouco ou nenhum valor espiritual.
O amor assume o próximo como outro eu, e o ama com toda a imensa humildade, discrição, reserva e reverência sem as quais ninguém pode pretender entrar no santuário da subjetividade do outro. Devem estar necessariamente ausentes desse amor toda brutalidade autoritária, toda exploração, dominação e condescendência.
Os santos do deserto eram inimigos de qualquer expediente, sutil ou grosseiro, ao qual ‘o homem espiritual’ recorre para intimidar os que acha inferiores a si mesmo, gratificando assim seu próprio ego. Eles renunciaram a tudo o que cheirasse a punição e vingança, por mais oculto que pudesse estar.”
Thomas Merton
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