Por Marco Alcântara
Todos nós somos vacilantes e propícios
a falhas, quedas e fracassos. A vida é um misto de vitórias e derrotas, embora
que por um lado devemos encarar as derrotas mais como aprendizado e nos
alegrarmos por algumas situações não saírem como planejamos. Afinal, a nossa premeditação
é de visão limitada e fragilizada por nossa finitude e pouca ciência da
vastidão das probabilidades do futuro e até mesmo do presente. Sendo que, nunca entendemos o real sentido de “que
todas as coisas colaboram para o bem daqueles que amam a Deus”, entendendo isso
saberemos que não existem fracassos.
Normalmente não aceitamos bem as
falhas, perdas e os tropeços e com isso tentamos racionalizar todos os
acontecimentos que nos levaram ao fracasso. É claro que meditar nos tropeços e perdas
reconhecendo-os, nos leva a um aprendizado maior, a meditação é semelhante ao
regar uma planta, faz aparecer os frutos da graça, mas também é comum não partirmos
desse principio. Comumente nos lançamos
ao caminho aparentemente mais fácil, tentamos barganhar com Deus.
Procuramos usar os meios de graça
como meios de troca de favores com Deus.
Partimos do principio de que se algo não saiu da maneira como planejamos é por que não nos santificamos o suficiente, não dizimamos e ofertamos, não fomos à igreja, o nosso ativismo eclesiástico não tem sido tão intenso como deveria, e outras tantas situações que nos colocamos, acreditando que essas iniciativas irão mudar o coração de Deus ao nosso favor.
Não devemos confundir nosso
dever, chamado e ministérios com favores a Deus para sermos privilegiados.
A vida cristã em si mesma já é graciosamente e imerecidamente um estado de subserviência ao nosso Pai Celeste. O que recebemos de Deus, nós recebemos por meio de graça, por meio de amor incondicional e de iniciativa unilateral Dele.
A vida cristã em si mesma já é graciosamente e imerecidamente um estado de subserviência ao nosso Pai Celeste. O que recebemos de Deus, nós recebemos por meio de graça, por meio de amor incondicional e de iniciativa unilateral Dele.
É claro que fomos criados em
Cristo para boas obras, as quais Deus previamente preparou para que andássemos por
elas. Mais claro ainda é que se orarmos, nós seremos abençoados, mas oramos
sobre qual principio? Para apenas sermos prósperos, termos destaque, termos êxitos
em tudo que façamos? O que nos motiva a servir a Deus? O que nos motiva a orar?
Qual tem sido o principio de nossa vida cristã? O que nos motiva ir à igreja,
trabalhar por ela, ofertar, viver em comunhão com Deus e com a comunidade? O
que impulsiona a nossa fé?
Nossos êxitos como cristão são conseqüências
de vivermos no Reino e não motivações para fazermos parte desse Reino.
Buscamos esse reino por que ouvimos o chamado de Deus e não por que Deus será mais Deus se nós o servirmos para conquistar algum tipo de beneficio.
Buscamos esse reino por que ouvimos o chamado de Deus e não por que Deus será mais Deus se nós o servirmos para conquistar algum tipo de beneficio.
Se olharmos a história das
pessoas que viveram o Reino de Deus no passado, veremos mártires, homens e mulheres que
ouviram o real chamado da cruz. O chamado de sucessão e continuidade do ministério
de Cristo, um chamado de tribulações, aflições e de cruz também.
Sendo, nossos princípios de fé
debruçados sobre princípios de egoísmo, ganância e este triunfalismo
entronizado nas comunidades cristãs atuais iremos apenas vivenciar nosso individualismo
e não a comunhão com nosso Pai.
Devemos partir do principio de
que nosso Pai é suficientemente Deus sem nós e o que recebemos Dele recebemos
imerecidamente através de sua irresistível e maravilhosa graça.
Portanto: Negue-se, siga-O e ame plenamente!
3 comentários:
Um tapa na cara. Um mega chacoalhao. Q egoísmo eh esse??? Onde pararemos com ele?
Fala Marco
Depois de séculos, uma passadinha.
Não li todos os teus textos, mas nos que li, notei uma necessidade de "salvar" a igreja.
Como sabe, e até para ser bem honesto, para mim, qualquer nuance de divindade para mim esvaneceu completamente, principalmente depois que me tornei pai e vi a "alma" de meu filho se formando de acordo com as influências do meio que vive.
Mas ok, tua visão é diferente e não venho aqui comparar ou convencer. Apenas questionar.
Entendi que o texto fala sobre a barganha, o tal "sigo para ir ao paraiso ou obedeço para não arder no inferno". Já sabe como eu pensava.
Mas tudo bem, dentro desse contexto, entendo tua intenção. Mas...
Ainda que fosse possível tornar as pessoas entregues completamente a esse ideal, qual a finalidade? Penso que não seja repetir o que tiveram os que assim fizeram, a saber, terminar com uma morte horrível.
O que quero dizer é: Mesmo que haja algo após essa vida, essa real aqui e agora, esse algo não seria continuidade do que somos?
Se a gente se nega, o que podemos oferecer. Se apenas seguimos, o que temos a oferecer?
Qual o problema em se amar, se aceitar, querer o melhor para si? Isso não nos dá, além de outras coisas, a noção básica da Justiça?
Qual o valor de um reino que valoriza a submissão?
PS: Não conheço nenhum lider religioso que se entrega sem barganhar. E incluo pessoas como Chico Xavier e Jesus Cristo.
Reconhecimento, submissão, admiração, são algumas das recompensas a se barganhar.
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