O
Catecismo de Heidelberg
Formulado por Zacarias Ursino e Gaspar Oliviano sob
as ordens do príncipe eleitor Frederico III, o Catecismo de Heidelberg possui influências
luteranas, uma vez que seus elaboradores, muito embora houvessem estudado diretamente
com Calvino, possuíam grande influência de Melanchton com quem também haviam estudado.
Todavia, tal documento se apresenta uma belíssima obra,
que combinada com os Catecismos de Westminster (Maior e Menor) podem ser de
grande utilidade à Igreja.
Quando falamos em influência Luterana esta não se
apresenta diretamente, mas na ausência de um aprofundamento maior em temas como
Eleição, Salvação, Santificação e Ceia do Senhor. Na abordagem dos credos,
especificamente no que diz respeito à expressão “desceu até o inferno”, o
Catecismo de Heidelberg chega mesmo a ser simplista (no bom sentido, tendo em
vista que a Confissão de Westminster e seus Catecismos, foi trabalhada por um
parlamento e durante vários anos).
Finalmente, o Catecismo de Heidelberg é o mais devocional
de todosos catecismos produzidos na Reforma, sendo elaborado de tal forma que seja
estudado nos 52 domingos do ano.
Diferenças
entre a Confissão Helvética e a Confissão de Westminster.
Temos duas confissões helvéticas uma produzida em
1536 por um grupo de teólogos e outros delegados, e, outra, produzida em 1562,
por Heinrich Bullinger num exercício pessoal
e publicada pelo príncipe Frederico III, sendo adotada pelas igrejas reformadas
da Suiça, Hungria, Polônia, França, dentre outras.
Ao fazermos uma comparação entre as
duas confissões (Helvética e de Westminster) não podemos deixar de observar que
Westminster foi à última das confissões produzida, tendo, portanto todas as
anteriores para levar em consideração no que diz respeito à extensão de seus temas
e profundidade de sua abordagem.
Podemos observar que nas doutrinas da Trindade e das Pessoas e naturezas de Cristo, os Símbolos
de Fé produzidos em Westminster seguem
a tradição de Nicéia-Constantinopla, Calcedônia, e os Symbolum Quicunque (Credo Atanasiano), e não diferem em nenhuma consideração
significante das Confissões Reformadas. O mesmo é verdadeiro das doutrinas da criação
e da queda do homem e de sua salvação em Jesus Cristo.
Podemos, contudo, observar que a Confissão de Westminster é mais vigorosa
do que os credos Reformados sobre a matéria da imputação da culpa do pecado de
Adão (V, 3) e, subsequentemente sobre a verdade da justiça imputada (XI, 1.
Veja também O Catecismo Menor, 18 & 33). A Confissão de Westminster teve também um capítulo inteiro devotado
à questão do livre-arbítrio (IX), e outros capítulo sobre as boas obras (XVI),
que é um extensivo e excelente tratamento deste assunto. Alguns detalhes interessantes
aparecem no tratamento da soteriologia.
No capítulo X, 3 é feita menção da regeneração,
embora isto seja identificado com o chamado eficaz, mas no XIII,1 os dois são mencionados
lado a lado. No X, 3 aparece uma declaração estranha que parece implicar que é
possível aos adultos eleitos serem salvos sem o ministério da Palavra. No XI,4
a justificação eterna e temporal são mencionadas juntas. Em toda a área de
Eclesiologia e Escatologia, nenhuma diferença significante aparece entre os dois
grupos de confissões, embora a Confissão
de Westminster tenha desenvolvido mais extensivamente idéias como a lei
de Deus (XIX), liberdade Cristã e liberdade de consciência (XX), juramentos legais
e votos (XXII), magistrados civis (XXIII) – onde a autoridade para chamar os Sínodos
é dada aos magistrados, censuras Eclesiásticas (XXX), e Sínodos e Concílios
(XXXI).
A Confissão de Westminster
é também o único credo de importância na tradição Protestante que rotula o papa
como o Anticristo (XXV, 6).
Há duas importantes áreas onde as Confissões de Westminster têm um
tratamento muito mais detalhado de doutrinas vitais do que as Confissões Reformadas.
Uma é a doutrina da Escritura; a outra é a doutrina do pacto.
Fontes:
Mark, A. Noll, “Confissões de Fé”, EHTIC, vol. I